sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mar


      Quantas vezes pensamos sobre nós mesmos? Diversas? Talvez. Mas, quantas vezes pensamos em "Quem sou eu?" ou "O que existe dentro de mim?". Vivemos tão aleatoriamente, presos na correria do dia-a-dia que pouco paramos para refletir sobre nossa essência, nosso ser. Vamos realizando nossos afazeres, executando nossas responsabilidades, deitados, flutuando sobre um mar que se chama vida.
      O mar guarda tudo o que o tempo retrata. Sejam destroços de uma civilização antiga ou restos da sociedade atual. Mas, o que existe nesse mar, além do céu que enxergamos enquanto a maré nos leva? O que há no fundo, o que há dentro desse mar. Seres? Certamente. Mas conhecemos todos os que vivem ali. Será que há outras fontes de energia nesse mar? Com certeza, ou não? Dentro desse "mundo" existem inúmeras dúvidas a serem descobertas. E como de comum, o desconhecido nos apavora; a imensidão nos assusta; o que nossos olhos não enxergam, nos amedronta.
      Nessa metáfora do mar, pensemos: O que há dentro dessa imensidão que somos nós? Não vale a pena tirar um pouco do nosso tempo para refletir sobre o "eu"? O quanto há de nós que não conhecemos? O que vive dentro de mim?
      De início, refletir sobre um passado. O que me tornou o que sou hoje? Qual a minha origem? Existem muitas respostas sobre o que acontece conosco hoje no "ontem". Talvez, vasculhar um baú de lembranças traga à tona resoluções para muitos problemas. Ensinamentos primitivos podem ser extremamente úteis. Feridas antigas necessitam ser curadas, ou o seu avanço pode ser pior do que se pensa. Freudiano demais, porém útil demais.
      No agora. Como percorro a estrada que me trouxe até onde estou? Corretamente? O que tenho feito sobre o "todo". Toda ação gera uma reação. Sigo uma teoria de que 'Preciso me enxergar no mundo e enxergar o mundo em mim'. Vivemos num círculo, nossos atos terão consequências não apenas no "um", mas também no "todo". Estando eles próximos, ou não. O destino desses dois depende de cada passo que damos. É necessário refletir sobre cada um destes passos, calculadamente.
      O depois e o além. O que eu desejo para mim? Onde estarei após o andar de cada ponteiro? Todo corpo que se move possui um ponto de partida e um ponto de chegada. Objetivo... Horizonte... Meta... "O que farei para chegar até onde quero?". Sem esquecer o estar no mundo, é preciso suar ao máximo para alcançar os nossos desejos.
"Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim."
      Hora de se levantar e nadar em direção a algo. Em algum momento, o céu se misturará ao mar, e o "eu" estará no meio dessa fusão.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sonhos

      O que vêm a sua mente quando você pensa em sonho? Uma viagem através de um outro eu, alguém que existe além de nós mesmos, acontece aquém de nossos olhos. Nos perdemos em nossos desejos passados, presentes e futuros. Vemos vontades mortas; algumas se tornam apenas memórias, enquanto outras tentam renascer. Algumas lutam dentro de nós para sair, outras lutam para sobreviver dentro de nós. Lembranças perdidas, reencontradas, esperanças de nossas mentes.
      A palavra-chave: esperança. Nossos sonhos se baseiam em esperanças, crenças de que um desejo, um evento, torne-se realidade. Tendo como seu símbolo a cor verde, esperança é como a folha de uma árvore. Esta, mesmo depois de diversas estações, sofrendo ao frio, às ações do tempo, à abstinência da luz, à descrença de terceiros, há de persistir e renascer firme em torno de uma vida, em seu topo, como uma fonte de energia para a existência.
      Uma das histórias que explica a existência da esperança é o Mito de Pandora. Pandora foi a primeira mulher, da qual seu nome significa "A que possui tudo", modelada e criada pelos deuses, com os melhores dotes, de acordo com aquela época. Entretanto, seu coração estava repleto de "traição e mentira". Foi dada de presente a Epimeteu, grande homem, que possuía uma caixa, também presente dos deuses, que nunca poderia ser aberta. Indo contra a confiança de seu marido, Pandora não resistiu à curiosidade e abriu a caixa. Neste momento, seu conteúdo foi revelado: todos os males. Estes foram corrompendo a realidade e destruindo todas as qualidades e virtudes do mundo. Mas, assustada, Pandora fechou a caixa antes de o último mal se libertar, aquele que devoraria a esperança. Desde então, os homens convivem junto à esses males, mas ainda são providos de esperança.
      Este mito explica que, apesar de toda adversidade apresentada ao longo de nossas vidas, ainda somos dotados de esperança. E ela será nossa guia durante toda nossa trajetória. Aquela que sustentará todos os nossos sonhos.
"Carregue nos braços os sonhos amontoados em direção a um inacabável paraíso".
Esta frase reflete, de maneira exata, o sentido da esperança. Exista, com perseverança nas suas crenças, em busca da realização de seus desejos, em direção aos seus sonhos. A esperança sempre deve permanecer.